O ódio sempre será nossa pátria?

Num futuro próximo, Cláudia volta a um país que a odeia para cumprir uma promessa e desfazer uma injustiça. Mas o tempo sempre cobra seu preço e voltar para casa pode não ser a melhor escolha. Adquira seu exemplar de Emilio e acompanhe as novidades sobre o livro neste hotsite exclusivo.

LANÇAMENTOS

Recife

Érika Muniz conversa com Wellington de Melo

Museu do Estado de Pernambuco
28 nov 2023 | 19h

São Paulo

Cristhiano Aguiar conversa com Wellington de Melo

Ria Livraria
30 nov 2023 | 19h

Garanhuns

Nivaldo Tenório conversa com Wellington de Melo

Centro de Produções Culturais Sesc
7 dez 2023 | 19h

CURIOSIDADES

Um diário de escrita

Durante a escrita do romance, escrevi alguns artigos como parte do projeto de incentivo do Funcultura para aproximar os leitores de meu processo criativo. Aqui, poderá conferir o resultado e deixar suas impressões sobre os bastidores da escrita de um romance. Vamos lá?

EASTER EGGS

Os segredos mistérios easter eggs de Emilio

Meus romances têm sempre referências escondias, que não são essenciais para a compreensão dos livros, mas fazem parte um jogo com os leitores e leitoras. Nesta seção, você pode descobrir algumas dessas referências. Mas recomendo que leia apenas depois de terminar o romance, já que contém spoilers.

Lúcia Siracusa e o 13 de dezembro

A Lúcia de Siracusa, padroeira dos cegos, de Emilio é uma referência a Santa Luzia, cujo martírio é muito semelhante ao narrado no livro. O dia de Santa Luzia também é 13 de dezembro, data em que acontece o massacre na escola onde Marcela estudava. No romance, a data passa a ser celebrada pelos extremistas como uma data nacional. Neste dia, em 1968, instituiu-se no Brasil o AI-5.

A porta do quarto de Jorge

No apartamento de Clarissa, Cláudia descreve a fechadura do quarto de Jorge: "Me chamou a atenção a fechadura, preta e branca, em formato de losango" (p. 96). Trata-se de uma referência ao clipe da canção "Seven nation army", cuja letra fala sobre sair de sua cidade após fofocas e do desejo de voltar. Qualquer semelhança com a história de Cláudia não é mera coincidência. A canção também é sutilmente citada quando sabemos que "o país foi fatiado por sete nações" (p. 50). "Seven nation army" é, para mim, uma canção sobre vingança. Em certa medida, é o que Cláudia tem em mente, em algum momento da narrativa.

Um bolero falso, como todos os boleros

No começo do romance, Cláudia faz referência a ouvir um bolero "cheio de reverb e tristeza", que mais tarde saberemos ser a canção Time, da banda Pozo-Seco Singers. Ao final do romance, quando ela sai do Recreio Bonanza, escuta por uma rádio pirata, um bolero cubano, "cheio de metais solares, mas melancólicos". Em versões anteriores do livro, era incluído um trecho da canção que Cláudia ouve, mas que foi removido. Trata-se de "No toques este disco", de Bienvenido Granda. Na canção, um homem pede que tirem um disco que toca na vitrola, porque lhe traz lembranças sofridas. O fato de Cláudia ouvir um bolero cubano na rádio pirata também é uma pista sobre que países ocupam o outro lado da fronteira do que foi seu país.