Como sempre, tem aquelas postagens de fim de ano, com balanço etc. e tal. Como sou afeito a clichês, cá estou eu no meu post de fim de ano.

2010 foi um ano estranho, porque provei vitórias e derrotas de uma maneira mais etérea, menos objetiva. Foram vários momentos em que me senti bem, fazendo o que queria e dando o rumo que queria à minha vida. Em outros momentos senti-me um derrotado, sendo levado pelas circunstâncias, náufrago de minha própria vida.

Mas o que é que realmente a gente quer com tudo isso? Chegar onde, conseguir o quê? De 2010 eu levo, entre outras lições, a de que o que importa está nas coisas simples e que, quanto mais se corre rumo ao arco-íris, mais distante o sonho. É preciso descobrir onde está o que importa. Isso é tão difícil às vezes, porque o desejo é o que te move e esse mover-se nem sempre é para lugares bons. Você acaba deixando mortos e feridos no meio do caminho com seus cascos. Esvaziar toda a vontade: eis o objetivo. Esvaziá-la e depois voltar a encher a mochila com a bagagem que interessa. Viajar leve, dizer adeus a algumas coisas, olá a outras. Não é a verdade suprema dos equinócios e dos solstícios? Esse jogar fora a madeira velha e limpar a oficina?

Há tanta madeira velha em mim, há tanto para descarregar. Eu queria viajar leve, mas parece que puxo para mim o peso do tempo. Sempre jogam em meus ombros mais fardos e eu aceito. Luta com você mesmo o dizer não. Luta com você mesmo saber quando dizer sim. É como aquele joguinho de Silvio Santos: troca seu iate por uma banana? Nããão! Ou seria sim?

Aprendi muito nesse ano sobre o tema da incomunicabilidade. Mas isso é para outro momento.

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